Oito anos de história

Ele já me viu mudar de música preferida umas quarenta vezes. Já me acompanhou a pé do colégio pra casa. Já me buscou na faculdade de ônibus, de moto, de carro. Ele já me viu chorar de tristeza, de alegria, de raiva e de emoção. Ele já me viu sair do colégio, entrar na faculdade, me formar na faculdade. Viu a alegria do meu primeiro emprego, do segundo, do terceiro e do quarto.

Me viu quando eu mudei de casa, mudei de quarto, mudei de cabelo. Ele estava lá quando decidi largar publicidade e fazer design. Estava lá quando entrei no curso de web e saí porque não gostava do professor.

Ele me levou pela primeira vez pra sair a noite, sozinha! Ele teve a capacidade e a paciência de me dar uma aula de moto (num descampado e só uma vez, mas deu a aula). A capacidade de gritar da janela do carro e mandar o ciclista sair do meio porque eu tava sem buzina no carro. Ele já me viu de cabelo curto (e brigou), de cabelo descolorido com as californianas (e brigou), de cabelo longo e preto e preso e disse que eu era a mulher mais linda do mundo.

Ele já achou que eu tinha furado no primeiro encontro. Já bateu na minha casa de madrugada depois de uma briga, já me pediu pra não viajar quando eu estava de passagem marcada. Ele estava comigo na virada de 6 aniversários. Já fez dois bolos de pizza. Já comprou um bolo surpresa na minha frente.

Ele já me viu ter uma super melhor amiga e depois me queixar que não era aquilo que eu imaginava. Ele já me deu presente errado. Já me viu gostar de pop, de rock, de samba, mpb, reggae. Já me ensinou a dançar reggae e até hoje tenta fazer com que eu tenha coordenação pra dançar forró (não dá!).

Ele já me viu entrar e sair da academia umas 3/4 vezes. Já tentou fazer com que eu comesse verdura, legume. Já brigou comigo por São Gerardo e molho Barbecue. Já cuidou de mim doente e me obrigou a tomar mel de copaíba, já me emprestou dinheiro e pediu emprestado.

Ele?? Ele já foi um quase matemático, quase físico, quase surfista, quase tem uma banda, quase deixa de ser meu... Eu tava lá quando ele ia pro cursinho de informática e também tava na formatura da faculdade. Eu tava junto quando ele perdeu a prova do vestibular e quando reprovou um exame do DETRAN (não foi o de doido).

Eu cuidei dele quando ele quebrou o braço, torceu o pé, engessou a perna. Eu mesma já coloquei um dedo dele no lugar quando tinha saído por causa do vôlei. Eu já vi ele entrar e sair da natação, academia, vôlei e futsal. Tava lá quando ele foi o responsável pra ganhar o campeonato na 8° série.

Eu que escolhi com ele os primeiros casacos pra primeira viagem de avião dele. Eu dei o primeiro playstation após ser convencida de que era também blue ray e incentivava o cérebro a pensar. Eu já virei noites com ele jogando video game, assistindo filme (apesar de eu sempre dormir), conversando sobre o futuro.

Já fiz um macarrão com molho a ponto dele dizer que era o melhor de todos. Já vi ele trocar a paixão de coca cola por um bom e gelado São Gerardo e assumir pro mundo que é o melhor refrigerante que existe.

Tava com ele na primeira vez que lavou um tênis e que fez peito de frango pro jantar mesmo que por skype. Tava com ele nas 254863348 visitas à Cecomil, Ibyte, CS e todas essas lojas que eu só vou olhar os fones e as mesas digitalizadoras.

Tava com ele quando os nomes dos nossos filhos foram escolhidos (Ubuntu, Brigde e Linuxizinho) num rodízio de sushi. Tava lá na primeira apresentação dele num congresso (acho que só tinha eu de mulher naquela sala) e tava entendendo tudo sobre Windows Server 8 (também acho que era isso, num sei).

Já fiz ele largar a vontade de usar boné... Já levei uma pranchada de surf na cabeça por culpa dele, rsrs. Eu que apoiei o começo da dieta e do exercício físico. Tava lá quando ele resolveu mudar de estilo. Dei força pra ele ir pro Rio pra dar uma guinada na carreira mesmo dizendo que não queria me separar dele. Eu estava no aeroporto chorando de saudade quando ele foi embora.

Eu já o chamei de menino, de rapaz e hoje chamo de homem. Eu tava na formatura dele, apesar de ter chegado quase 2hs atrasada pra poder participar do brinde e ter o orgulho de ser a madrinha dele. Eu já tive crise de risos com ele e depois de um tempão rindo olhei pra ele e perguntei: "de quê estamos rindo mesmo?".

Ele e eu já vivemos momentos únicos. Muitos! Nem adianta escrever porque são impossíveis de explicar. Descobrimos como é bom ter alguém pra quem ligar pra dizer aquela notícia importante que vai ficar tão feliz com a felicidade alheia. O alívio de ter aquele cafuné no momento de choro e aquela voz pra fazer qualquer piadinha sem graça pra arrancar um sorriso.

Hoje a gente se olha e diz: 'poxa, oito anos, hein?!' com a certeza de que são os primeiros oito anos de muitos outros pra dois jovens que tiveram, o que muitos chamam de sorte, a chance de encontrar a pessoa certa bem cedo. Nós chamamos essa sorte de Deus!

Esse é o último ano que passamos essa data sem ter o prazer de olhar pro outro lado da cama quando acordar e dar aquele sorrisinho de quem descobriu o que é ser feliz na felicidade do outro. Tanto tempo nos ensinou tanta coisa. Com você eu aprendi e me tornei melhor. Amanhã, com certeza, com tudo o que você transmite e ensina pra mim com o seu jeito de ser e o amor que me oferece, eu estarei mais aperfeiçoada, mais do que hoje e vai ser assim pra sempre.

Obrigada, obrigada e obrigada por cada abraço, sorriso e compreensão que você me deu sem exigir nada de mim. Obrigada por ter vindo esse final de semana corrido e ter passado uma horinha só desse dia 24 ao meu lado. Isso já faz a diferença e me faz perceber o quanto é valioso o que temos, esse propósito de Deus que é o nosso amor.

 

Acho que está bem claro, mas nunca é o bastante dizer: Amo você!

Um brinde ao nosso amor!